sexta-feira, 26 de março de 2010

Muito sobre silêncio

Todos que me conhecem ( e nem precisa ser tão profundamente) sabem que Deus foi generoso comigo com relação à habilidade que eu tenho para falar. Falo muito e quando começo não tenho freio. Mas as mesmas pessoas que me conhecem sabem quando e porque me calo.

Não sou, nunca fui boa com as minha emoções. Eu as deixo para mim e sobre elas eu converso com Deus.

Conheço muita gente, em especial mulheres, que quando se zangam ou estão chateadas, falam, reclamam, exigem, esperneiam. Não sou assim, é defeito meu, quando estou triste, contrariada, eu ,simplesmente, me calo, me fecho, me reservo o direito de “curtir” isso sozinha. Mas sou transparente, e mesmo sem palavras dá para saberem muito sobre mim.

Emoções machucam MUITO, se não forem muito bem administradas. Isso eu aprendi! E como...

Coloquei um filtro nos olhos e nos ouvidos e tento não levar atitudes , palavras, insinuações tão á sério. São 60 segundos de silêncio que, ao meu ver, ajudam a evitar 60 minutos de “me perdoe, não foi isso que eu quis dizer, você me compreendeu mal ”.

Nessa vida tudo tem dois lados, duas interpretações e jamais se deve julgar alguém de pronto. Mas quem é que lembra disso quando está com raiva, não é?

Em um diálogo existe muito mais do que simples palavras: existem olhares, entonações, e até a maneira de respirar do outro ajuda a entendermos o que realmente está acontecendo, ou se há sinceridade no que está sendo exposto.

Evito dizer o que penso, quando sei que estou chateada e posso me arrepender quando o meu sangue esfriar. Evito agir por impulso para não machucar alguém. Perco a briga e ganho paz. E juro que estou no lucro!

Até hoje eu não sei se isso é bom ou ruim, porque dou abertura para pensarem que, se calo, é porque não me importo. E eu SEI, reconheço que atitudes como as minhas dão abertura para esse tipo de interpretação. Sei também que o primeiro passo para qualquer mudança é reconhecer que estamos errados, acreditar que rever pensamentos e atitudes nos fará melhores.

Meu erro está na porosidade do filtro. Com medo de me machucar, ao invés de reprimir apenas as emoções que podem ferir a mim ou a quem esteja a meu lado (porque sei que elas são efêmeras), eu reprimo tudo o que pode me deixar vulnerável.

De uns tempos para cá isso tem me incomodado mais, me inquietado de tal forma que peço sempre que, a cada dia, eu possa dar um passo a frente (mesmo que pequeno) na estrada do crescimento. Mas uma coisa é fato: a maior das batalhas, a única que é interminável, é aquela que travamos contra nós mesmos, contra nossos medos, nosso monstros, nossos pecados e nossas imperfeições. Essa não tem fim para cada um que tenta ser melhor, e que persegue a felicidade.

Já diria o poeta: ”quem se diz muito perfeito, na certa achou um jeito insosso para não se carne e osso.”

E eu sou de carne, osso e um milhão de emoções.

Por hoje, é só!!