segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Irrigação



Como seria bom se decidíssemos por mudar o sistema de irrigação de nossas vidas, e seguíssemos o exemplo de quem sabe o que faz: Israel. Nada não, nada não... Israel tem, e não é de hoje, um dos mais eficientes sistemas de irrigação do mundo apesar de (ou, talvez por) ter sérios problemas com escassez de água renovável. Funciona lá e, em minha opinião, se aplicado em nossas vidas, funcionará por aqui também.
Explicando isso, apesar de não ter muito segredo: o sistema baseia-se na constância de uma gota que cai a cada minuto (irrigação por gotejamento, para aqueles que gostam de termos técnicos). Áreas enormes são irrigadas “apenas” por uma gota, mas que jamais deixa de cair.
Isso me faz lembrar a minha avó e aquele velho conto do passarinho: incêndio na floresta e o passarinho vai e volta no oceano, com um pouquinho de água no bico, tentando, incansavelmente, apagá-lo. Vai dizer que você não lembra?
Cheio de boas intenções, mas ele sozinho jamais ganharia um batalha contra o fogo. Estranho pensar isso se a ciência provou que, aquela gotinha que cai, irriga hectares e mais hectares de terra árida.
Sempre achei que o passarinho ia dar umas três viagens e ia mandar tudo isso pra ... enfim...
Nem sei porque desenterrei essa estória do fundo do baú, se quem apaga fogo é bombeiro e quem irriga é engenheiro (ou coisa do tipo: eu! hehehehe).
Também não estou aqui para provar ou desmentir estória alguma.
Deixemos ele para lá, porque o ponto aonde eu quero chegar é outro.
Gotas constantes de afeto fariam tão bem... cada minuto... sempre... irrigando corações áridos. (Bonito, heim?Aff! Estou meio carente, dá o desconto, pô!)
Não sou fã de pessoas efusivas e meu seleto rol de amigos tem poucas delas. Abraços demais, beijos demais, carinho demais me fazem desconfiar, de imediato, da sinceridade. Já a idéia de uma gota... doses homeopáticas, me deixam com brilho nos olhos.
É aí que eu quero chegar!
Amor está em pequenos gestos, em atitudes mínimas. Amar é ser constante.
O contrário também - pequenos fatores, pequenos descuidos, se somados, geram grandes problemas – infelizmente.
Hoje, é isso que eu quero, e preciso, diga-se de passagem.
Constância para estar presente na ausência, para estabelecer pontes, para multiplicar. Para que, mesmo em silêncio, saiba-se que palavras virão quando necessárias. Para que em momentos de briga e discórdia, saiba-se amado.
Ser constante é, em minha opinião, a forma mais elaborada e também mais difícil de demonstrar amor. Menores coisas, menores atitudes que são tão grandes quanto, e fazem diferença como uma gota.

Atitudes, porque palavras... Ah! Meu caro, palavras o vento leva.